INVERDADES

Quantas vezes brigamos pelo que defendemos e acreditamos seja o certo, o devido, e depois de um certo tempo, estávamos equivocados.

Somos eternos camaleões, mudamos de opinião com o passar do tempo.Vemos que não era bem assim.

Hoje brigamos porque "isso" é muito importante para nós, não abrimos mão. Amanhã, temos certeza de que "aquilo" não

era tão importante assim, e não entendemos mais porque achávamos.Como somos insconstantes , volúveis.

Há, com certeza, uma distância entre "isso" e " aquilo" mas que só é percebida com o tempo. Não é que deixamos a poeira assentar, é que, realmente, tudo tem o seu prazo de validade...até a vida.

Por isso não se deve darmuita importância aos nossos "quereres " de hoje, porque um dia não serão mais queridos.Mudamos com muita facilidade todos os dias, graças à Deus.

A vida é mesmo enigmática e pragmática, gastamos tanto tempo com picuinhas, deixamos de vivê-la por motivos fúteis e só no final, é que se percebe o quanto poderia ter sido e não foi.

Teria sido melhor, se percebêssemos antes?

Talvez, pois não sofreríamos tanto, mas perderíamos o melhor da vida, as descobertas, a tensão, a emoção e o gosto acompanhado do desgosto...Epa!!!

Mas é assim mesmo, temos que provar de tudo.Só haverá vitórias se houver batalhas.Isso é viver a vida : rir, chorar, correr até alcançar e, depois, curtir. Saber que vai passar, que nada fica, nada se leva desta vida, só as boas ações.

O que é certo e o que não é, não sabemos. Só uma certeza te -

mos: as verdades não são imutáveis; as dúvidas, sim.

Devemos duvidar até de nós que achamos que estamos certos a respeito disso ou daquilo. Uma certeza, uma verdade: " Não sabemos nada a respeito de tudo "

E de verdades e inverdades vamos fazendo e refazendo os nossos caminhos, colocando e tirando nossas máscaras,sem medo de nos encontrar, de nos reconhecer, pois só assim vamos nos descobrindo, nos iluminando, sabendo que somos eternos errantes e, o que parece ser verdade, pode não ser...Ou será?

Marilucci - grupo experimental da academia Araçatubense de Letras outubro 2009