CONCEITO GERAL DE VERSO
Na prosa, a métrica a rima e o compasso são livres.
Na poesia, a métrica a rima e o compasso, são obrigatórios.
E é exata, e logicamente esta diferença que distingue a prosa da poesia.
Poesia não são pedaços de prosa, arrumadas as frases umas sobre as outras, isto, na maioria das vezes,é um artifício usado por pessoas ignorantes, que tem grande vontade de ser poeta e não sabe como ...
Para maquiar o seu monstrengo literário, o pseudo poeta, intitula-se " poeta moderno " ediz ser a sua poesia, uma " poesia moderna ", e criou o termo " verso livre", lido também por ignorantes, recebe aplausos; não caia no ridículo, aprenda a fazer corretamente uma poesia, neste site e nesta página você encontrará todas as dicas para isto.
Para ousar é preciso saber, para saber há que estudar. . .
Algum gênio, inventou o soneto, a redondilha, seja menor ou maior, o rondó, etc invente você novas também
novas formas de construção, porém seja como seja, ela deverá ter:
Um esquema lógico, métrica, rima, compasso e bom gosto no tema ...
No verso tradicional, a medida e o ritmo são determinados por um sistema de metrificação.
A noção de metro pertence à língua, encarada como sistema.
E a noção de verso pertence à fala encarada como meio concreto de transmissão de uma mensagem. O verso, portanto, resulta da realização de um metro, apresentando ou não variantes, pois o esquema métrico existe independentemente da sua realização pela palavra.
Num texto em prosa, com efeito, o ritmo e o número de sílabas de cada unidade sintáticavariam livremente, não obedecendo a nenhum esquema predeterminado.
De fato, essa liberdade se condiciona, apenas, à disposição das unidades melódicas na frase.
Em um texto em verso, ao contrário, o ritmo e o número de sílabas de cada unidade métrica obedecem a um esquema.
Verso, portanto, é uma sílaba ou sucessão de sílabas sujeitas à medida e ao ritmo.
A medida consiste num determinado número de sílabas métricas ou poéticas.E o ritmo resulta de urna distribuição cadenciada e harmoniosa de acentos tônicos.
Assim, a sensação rítmica se percebe através do retorno da sílaba tônica, após intervalos regulares. Ex.:
No berço pendente de ramos floridos,
Em que eu pequenino feliz dormitava,
Quem é que esse berço, com todo o cuidado,
Cantando cantigas, alegre embalava? (Casimiro de Abreu)
Considerando-se que o indica sílaba átona e ó sílaba tônica, os versos apresentam a seguinte estrutura:
o ó o o ó o/ o ó o o ó o.
Representemos por S.T. as sílabas acentuadas ou tônicas e por S.A. o número de sílabas átonas dos intervalos regulares. Assim: S.T. = 2ª, 5ª, 8ª, e 11ª sílabas.
E S.A. = 1ª,3ª,4ª, 6ª/7ª,9ª,10ª,12ª.
Há, como se vê entre as sílabas tônicas de cada verso, intervalos regulares.
1,2,1/1,2,1
E esse fato é que produz a sensação rítmica sempre assegurada pelo retorno da sílaba tônica, após esses intervalos regulares.
Isto é poetare, ou fazer poesia.
Escrever lindas frases, umas em cima das outras, parecendo mesmo um "soneto" ou "quadra" na forma,
e não conseguindo executar este fenômeno, fica por lógica determinado, que, a obra não é uma poesia,
pode ser lindo, sentimental, porém não será poesia, e eu diria mais, mesmo que rime, não será poesia ...!!!
No caso acima, há quatro acentos dominantes em cada verso, sendo dois em cada hemistíquio.( Hemistíquio = metade de verso.)
Mas, além da medida e do ritmo, que são os elementos essenciais do verso,
nele pode haver outros elementos subsidiários, tais como: rima, aliteração e as sonância.
Procuremos caracterizá-los, por enquanto sumariamente:
Rima é uma coincidência de fonemas, geralmente a partir da última vogal tônica de cada verso,como se verá em capitulo próprio.
Observe-se, porém, que há versos sem rima, chamados brancos ou soltos, como os exemplos indicam,
estes versos sem rima, brancos ou soltos, se intercalam entre os outros para formar o poema ou poesia,ainda assim, eles obedecem as mesmas regras dos demais,principalmente a métrica.
Tem eles mais do que tudo, forma fixa.Só lhes falta rima.
--------------------------------------------------------------------------------
Aliteração (fenômeno de harmonia imitativa) é a repetição da mesma consoante no início, no meio ou no fim de vocábulos sucessivos, ou mesmo em vocábulos não sucessivos, mas simetricamente dispostos.
De um ponto de vista ortodoxo, somente se verifica aliteração quando o mesmo fonema
se repete no inicio de vocábulos sucessivos.
A teoria literária moderna, entretanto, ampliou o conceito de aliteração, como vimos,
e como é natural. Assim, havendo harmonia imitativa, existe aliteração. Ex.:
Vozes veladas, veludosas vozes,
Volúpias de violões, vozes veladas,
Vagam nos velhos vórtices velozes
Dos ventos, vivas, vás, vulcanizadas. (Cruz e Souza)
No caso, observe-se o fenômeno de aliteração das consoantes: [v], [l], [s] e [z],
sugerindo o vozear aveludado das vozes.
Tais consoantes aparecem, como se nota facilmente, no início, no meio e no fim dos vocábulos.
Diz-se que há coliteração quando as consoantes que se repetem são homorgânicas,
uma surda e outra sonora. Ex.: Com grandes golpes bato à porta e brado:
( Antero de Quental )
No caso, observe-se o fenômeno de coliteração de toda a série de consoantes oclusivas: [p], [b], [t], [d] ;sugerindo o ruído repetido de golpes na porta.
Assonância é um fenômeno de homofonia vocálica, repetindo-se determinada vogal
para obtenção de certos efeitos de sonoridade expressiva. Ex.:
O trilo dos grilos, tímido,de aço fino,
esgrime, com o raiozinho dos astros, límpido,argentino. Murillo Araújo)
No caso, observe-se a assonância vocálica do [i], sugerindo o ruído agudo do cricrilar dos grilos,entre outros fenômenos de estilística fônica.
A contagem silábica. Os encontros vocálicos
Escandir um verso é separar e contar as suas sílabas métricas, não sendo o mesmo que metrificar. Somente o poeta metrifica, no momento em que está compondo o verso.
As sílabas métricas não são contadas pelo critério gramatical, mas pelos tempos de enunciação do verso.
Assim, no exemplo abaixo, podemos verificar a diferença da contagem gramatical para a contagem métrica:
Pois eu gosto de crianças!
Já fui criança, também...
Não me lembro de o ter sido;
Mas só ver reproduzido
O que fui, sabe-me bem.
É como se de repente
A minha imagem mudasse
No cristal duma nascente,
E tudo o que sou voltasse
A pureza da semente. (Miguel Torga)
Na primeira estrofe, com exceção do terceiro verso, os demais apresentam a mesma divisão silábica, coincidindo a contagem gramatical com a contagem métrica.
No terceiro verso, ocorre sinalefa no encontro dos vocábulos: de e o, havendo apenas uma sílaba métrica,embora existam aí duas sílabas gramaticais.
Na segunda estrofe, por sua vez, o segundo e o quarto versos, igualmente,
não apresentam coincidência entre a contagem métrica e a contagem gramatical.
Com efeito, no segundo verso, ocorre elisão da vogal a em: minh (a) imagem.
No quarto verso, elisão da vogal átona o em: tud (o) o.
demais versos apresentam coincidência entre a contagem gramatical e a contagem métrica.
O tratamento dos encontros vocálicos, portanto, reclama cuidados especiais na contagem silábica dos versos.Veja mos, pois, os diferentes casos de encontros vocálicos, que podem ser intervocabulares ou intravocabulares:
São encontros vocálicos intervocabulares:
Hiato: encontro de duas vogais, uma no fim de um vocábulo e a outra no inicio do vocábulo seguinte. Ex.:
Meu Deus! meu Deus! mas que bandeira é esta... (Castro Alves)
Sinalefa: ditongação ou tritongação intervocabular. Ex.:
Ouvia-se um triste chorar de arapongas (Castro Alves)
Tomba a névoa da tarde. O ar sereno enlanguesce (Tasso da Silveira)
Elisão: supressão de uma vogal átona. Ex.:
Talvez um(a) orquestra (Castro Alves)
Crase: fusão de dois sons vocálicos iguais, sendo átono o primeiro e tônico o segundo. Ex.:
A árvore pulsa, no primeiro assomo (Olavo Bilac)
Observação: Somente ocorre o fenômeno da crase, entre duas vogais idênticas e contíguas, quando a segunda é tônica, pelo menos na versificação moderna
Os três primeiros parágrafos mostram um parnasiano , fazendo teoria literária. De qualquer forma, acho um trabalho interessante. Espero ter colaborado com quem não tem muito tempo de ir aos livros
ResponderExcluir