O que mais me aborrece não é o trânsito louco da cidade,
Nem histórias sem sentido,
Ou alguma falsidade.
O que mais me aborrece não é uma chuva inesperada,
Ou acordar durante a noite,
E não ter sono toda madrugada.
O que mais me aborrece não são as noites sem lua cheia,
Ou jamais ter ouvido esse tão falado,
Canto das sereias.
O que mais me aborrece não é mulher que fala mascando chiclete,
Ou essa queda livre, em que vive a minha net.
O que mais me aborrece não é nem mesmo a solidão,
Ou tropeçar na calçada e sair rolando pelo chão.
O que mais me aborrece não é ver mulher com os cabelos cortados,
Ou soltar fumaça de cigarro por todos os lados.
O que mais me aborrece não é tomar sopa sem pão,
Ou ficar sem viajar por medo de avião.
O que mais me aborrece, e que também é o meu desencanto;
É ver o impune sorrindo e o justo em denso pranto.
Sílvia Senny, membro do grupo experimental da Academia Araçatubense de Letras.
O que mais me alegrou foi ver este seu texto.
ResponderExcluirLindo Silvia.
Saudades
Belo texto, Silvia. Sou sua fã. Parabéns, você é muito inspirada. Beijos
ResponderExcluirBelissimo e sensório texto, Silvia, a impunidade e a injustiça causam sem dúvida, inenarráveis aborrecimentos. Parabéns pela criatividade e o singelo poetar. Cordial abraço!
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