domingo, 8 de agosto de 2010

DUETO-CANOEIRO


CANOEIRO


Rita Lavoyer

Hoje, as minhas águas estão calmas...
O remo do canoeiro
Minhas rimas não tocou.
Venha! Venha!
Venha canoeiro,
Canoeiro meu amor.
Com o seu remo a minha rima provocar.
Venha!
Altere o curso das minhas entranhas.
Provoque-me maré
Com a sua onda sísmica.
Sem o fluxo fico tão estranha
se a sua canoa
Sobre minhas ondas não está.
Venha! Venha!
Venha canoeiro.
Não faça onda.
A sua canoa vou equilibrar
Com as minhas oscilações.
Agarrar-me-ei em seu remo
Para eu não perder a rima e,
Vai e vem, vai e vem, vai e vem
de rima e remo
deliciar-se todo o gozo
no conforto do meu mar.
Saciada a minha enseada, descanso
No remanso da embarcação
Que o canoeiro me
Deixou amar.

--------------------------------------------------------------

No bote do amor

José Hamilton Brito

Navegar em calmas águas
deixar livre
as nossas almas...e amar.
Ir no curso do rio.
Ver a beleza da paisagem...
Fazer nascer uma miragem
a de que estás
ali comigo.
Vermos, na tardinha,o pôr do sol
com o dia ameaçando morrer
e
neste quadro de poesia
a mulher que eu queria.
Deus! o que mais a pedir...
Afastar as linhadas e remos
e tudo mais o que temos
... um espaço pra nós dois
e depois
ir e vir com todas as ondas
fisgando-te com o meu anzól
assim
passar a noite contigo
te amando
até novo pôr do sol.
Depois
de ter contigo cada gozo
ver o teu sorriso gostoso
me dizendo: quero mais.
Quando o sono tranquilo
te levar
Eu, teu canoeiro-amante,
não cessarei um instante
de dizer :
Eu nunca vou deixar de te amar

2 comentários: