sexta-feira, 9 de julho de 2010

VAMU BENHÊ





Estava lá...
Era uma garota de boate.
Não sei a cor...azul , não era.
Sala grande, sem adornos
Nos sofás...homens.
Alguns, cornos.
A saia, mini...o decote, maxi.
Os saltos dos sapatos, altos.
O juízo, baixo...
Na cara, escrito:
Vulgívaga...puta.
Quantos anos? talvez uns vinte.
Passou por mim
sorriu.
“ vamu benhê “
Menina de tranças, não é mais criança...
Estava ali mesmo, fazer o quê...
Os presentes olharam...olhos de fome...
-Seu nome ?
-Deixa pra lá
nem quero saber.
Fui.
Fazia sem emoção.
Contou-me sua história
Origem...escória.
Para todos, um novo dia
Menos para ela.
Esquecida.
Perdida.
No popular...fodida.
Peguei sua mão.
Com elas, fazia carinhos
Que não recebia.
Homem, racinha!
Ah! Só paga ...e adeus.
Sai de mansinho
Mas sensação estranha
me acometeu:
Nessa história de putaria,
acho,
O filho da puta
Sou eu.

Hamilton Brito, membro do grupo experimental da academia araçatubense de letras.

2 comentários:

  1. Nossa...
    Uai...mudou de estilo, homi?!
    Não...não...não. Cadê o romântico a moda antiga?
    Vamu...faz ele voltar. kkkk
    Brincadeiras a parte, ficou legal.
    Bjs
    Mariluci

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